A GAROTA NÃO
A Garota Não canta a través dunha doce reflexión sobre os tempos que vivimos. Unha viaxe social e política, para quen loita co corazón e da corpo, alma e voz a un proxecto absolutamente único,
En 2022 estreou 2 de Abril, considerado polo público e a crítica como un dos “Mellores Álbumes Nacionais do Ano”, e o ano pasado gañou o Globo de Ouro a "Mellor Intérprete" na categoría de Música, así como como o Premio “Mellor Obra Popular” da Sociedade Portuguesa de Autores.
Este ano foi galardoada co premio José da Ponte, da Sociedade Portuguesa de Autores, así como o Premio José Afonso na súa 35 edición. A finais de ano, A Garota Não vai crear novas cancións que darán lugar a un tan esperado novo disco, sucesor de 2 de Abril.
No escenario:
Cátia Mazari Oliveira: Voz e guitarra
Sérgio Miendes: Guitarras
Diogo Arranja: Bateria
"Sempre vivi rodeada de música: no rádio de casa, nos passeios de carro, no prédio onde cresci.
No meu bairro os vizinhos ouviam música alta, naquele volume que atravessava paredes, patamares inteiros. Do rés do chão ao último andar. De Gipsy Kings a música eletrónica, e pelo meio das escadas os ritmos endiabrados de quem matava as saudades de África. O meu prédio era um verdadeiro território intercultural.
As mulheres da família também sempre tiveram o hábito de cantar. Talvez ajudasse a tornar os dias mais leves. Cantavam na lida e cantavam a vida. Depois havia o meu irmão, que apesar de ser um mau canário sempre trouxe para casa o bom hábito de fazer parar o tempo para ouvir música. E o meu pai, que trazia da geração Zeca Afonso o sonho da democracia e as suas canções de justiça, paz e liberdade.
E eu fui acontecendo no meio disto.
Por volta dos 10 anos aprendi um pouco de piano numa escola de música. O meu pai nunca me deu ténis de marca mas sempre teve a visão de que conhecimento é a maior herança que se pode deixar.
Pouco depois vem a guitarra e as primeiras composições com amigos. E as palavras que sempre me tinham dançado soltas no lápis e na cabeça, ganhavam pela primeira vez um espaço para se reunirem num significado maior: deixavam de ser ideias soltas e passavam a ser histórias, protestos, catarses, canções. E tem sido assim: venho de um dos fins do mundo de pé descalço e com muita vontade. Toco guitarra, piano e percussões. Mas pouco. Gosto de cantar e sobretudo gosto de escrever"
(por Cátia Mazari Oliveira)